As Radiações Não Ionizantes (RNI) estão em oficinas, hospitais, obras, linhas de transmissão e plantas industriais. Não têm energia para ionizar a matéria, mas podem causar efeitos térmicos e fotoquímicos relevantes para pele, olhos e tecidos. Este guia explica como classificar, quando medir, como caracterizar insalubridade (NR-15, Anexo 7) e como registrar no S-2240, com um roteiro de PDCA e um modelo de inventário. Para quem precisa ver exemplos reais de medições, matrizes e registros, recomendamos assistir à nossa LIVE detalhada:
https://www.youtube.com/watch?v=ANgD2D8ZLNc
Antes de definir medições e controles, é essencial enxergar o cenário por faixas: cada banda do espectro tem mecanismos de dano e grandezas de avaliação diferentes. Esse “mapa” orienta o inventário e evita avaliações desnecessárias ou incompletas.
• Ultravioleta (UV) — óptica não coerente, efeito fotoquímico predominante sobre pele/olhos.
• Luz visível e Laser — ópticas; lasers classe 3B/4 têm alto risco para retina/córnea.
• Infravermelho (IR) — efeito térmico, com risco de queimaduras e catarata térmica.
• Radiofrequências/Micro-ondas (RF/MW) — aquecimento tecidual profundo (SAR/densidade de potência).
• Campos de baixa frequência/estáticos (ELF/estáticos) — interação com sistemas nervoso e cardiovascular.
A avaliação robusta nasce da escolha correta das normas e grandezas. Defina primeiro qual faixa você tem, depois qual documento técnico seguir — isso guia método, instrumento e critério de aceitação.
• Normas principais — NR-15, Anexo 7; NHO-11 (ópticas não coerentes); IEC 60825-1 (laser); NHO-06/ICNIRP (RF/MW/ELF).
• Parâmetros típicos — irradiância/iluminância/energia (ópticas), densidade de potência/SAR (RF/MW), campo elétrico/magnético (ELF).
A vigilância médica e a comunicação com as equipes precisam considerar sinais de curto prazo e riscos de longo prazo. Entender qual tecido é alvo em cada faixa ajuda a treinar e priorizar controles.
• UV — eritema, fotoqueratite, conjuntivite; cronicamente, câncer de pele e catarata.
• Luz/laser — fotofobia, irritação; em 3B/4, lesão retiniana/corneana.
• IR — queimaduras e desconforto térmico; risco de catarata térmica.
• RF/MW — aquecimento local/profundo; atenção a olhos e testículos.
• ELF/estáticos — vertigem, náusea, parestesias em campos intensos; crônicos ainda sob estudo.
Antes de medir, mapeie processos e distâncias. Esse passo define prioridade, tipo de medição e medidas de engenharia.
• UV — soldagem a arco, corte a plasma, lâmpadas germicidas UV-C, trabalho a céu aberto.
• Visível/Laser — corte/gravação, procedimentos médicos, entretenimento.
• IR — fornos, siderurgia, vidraria, fundição.
• RF/MW — antenas/radares, selagem dielétrica, fornos industriais de micro-ondas.
• ELF/estáticos — subestações/linhas, ressonância magnética (zonas controladas), ímãs industriais.
Esta é a parte mais sensível do ponto de vista técnico e de auditoria: matriz de risco, critérios de severidade/probabilidade, priorização e registro no inventário. Para compreender em profundidade (com planilhas, exemplos e estudos de caso), assista à nossa LIVE:
https://www.youtube.com/watch?v=ANgD2D8ZLNc
• Abordagem qualitativa — estime probabilidade (fonte, distância, tempo, barreiras/encapsulamento, rotina) e severidade (reversível × irreversível) para priorizar ação/medição.
• Abordagem quantitativa — meça conforme NHO-11/IEC (ópticas/laser) e NHO-06/ICNIRP (RF/MW/ELF); compare com valores-guia/limites e registre método, instrumento e condições operacionais.
A caracterização exige coerência técnica entre fonte/processo, trajeto de exposição e resultado. O laudo deve permitir rastreabilidade: quem mediu, com qual norma, em quais condições e que medidas foram implantadas.
• Base legal — NR-15, Anexo 7 – Radiações Não Ionizantes.
• Laudo — descreva fonte/processo, distância/tempo/postura, resultados (parâmetros/valores e faixas), EPC/administrativas/EPI e treinamentos.
O S-2240 transforma seu inventário em dados estruturados. Sem contexto técnico, o evento perde força. Registre código, avaliação, medidas e eficácia com clareza.
• Agente (Tabela 24) — selecione UV, luz/laser, IR, RF/MW ou ELF/estáticos, conforme o caso.
• Avaliação — informe qualitativa e/ou quantitativa, com método/norma (NHO/IEC/ICNIRP).
• Medidas e eficácia — detalhe barreiras/encapsulamento, distância/tempo, blindagem, zonas/sinalização; em RF/ELF não há EPI eficaz → priorize engenharia/administrativos.
• Datas/observações — registre início/fim, condições operacionais e responsável técnico.
Para sair do diagnóstico e “aterrar” a gestão, use um ciclo curto, com entregas verificáveis. O PDCA abaixo é um roteiro mínimo que funciona bem em unidades de manutenção, clínicas e plantas industriais.
• Plan (Planejar) — mapear fontes/processos, classificar áreas, definir matriz de risco, plano de medições e critérios de aceitação.
• Do (Executar) — implantar EPC/administrativos (barreiras, enclausuramento, distâncias, pausas, zonas controladas), aplicar EPI quando eficaz (ópticas/IR/laser) e treinar equipes.
• Check (Verificar) — analisar resultados, queixas clínicas e indicadores; verificar eficácia das medidas e aderência às normas.
• Act (Agir) — corrigir desvios, otimizar processo/layout, atualizar inventário e S-2240 e registrar lições aprendidas.
Padronizar campos melhora a qualidade do dado e acelera auditorias. Use linguagem objetiva e grandezas corretas para cada faixa de RNI.
• Perigo — radiação não ionizante por [fonte/processo].
• Danos potenciais — conforme faixa (UV/laser/IR/RF/ELF) e órgãos críticos.
• Avaliação — qualitativa (matriz) e/ou quantitativa (NHO/IEC/ICNIRP), com método e condições.
• Controles — engenharia (barreiras/encapsulamento, blindagem, enclausuramento), administrativos (zonas, tempo/distância, permissões), EPI (quando aplicável).
• Monitoramento — reavaliações periódicas, indicadores e auditorias internas.
Para quem precisa de um “start” imediato, confira se estes itens já estão encaminhados. Eles concentram as não conformidades mais frequentes.
• Levantar fontes, distâncias típicas e tempo de exposição por tarefa.
• Definir quando medir (tipo de RNI, norma aplicável) e agendar medições.
• Implementar EPC/administrativos prioritários; EPI apenas quando eficaz (ópticas/IR/laser).
• Registrar no S-2240: agente, avaliação, medidas e eficácia, datas.
• Revisar mensalmente (PDCA) e treinar as equipes críticas.
A parte de avaliação de riscos — matriz, critérios, exemplos de medições e preenchimento do S-2240 — é demonstrada passo a passo na nossa LIVE do Sistema ESO. Assista e siga com o post aberto para implementar no seu PGR:
https://www.youtube.com/watch?v=ANgD2D8ZLNc
Gostou de nossa matéria? Não se esqueça de compartilhar nas redes sociais e deixar seus comentários logo abaixo.