Conteúdo baseado na live “Orientações Obrigatórias Sobre Riscos Psicossociais no Trabalho para 2026”.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=ktoVBKsw1S0

O que são riscos psicossociais segundo a NR-1

Os riscos psicossociais são fatores do ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental, física e social dos trabalhadores. Eles estão ligados à organização do trabalho, relações interpessoais, ambiente físico e recursos disponíveis, e não à vida pessoal do colaborador.

Com a atualização da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os riscos psicossociais devem ser incluídos no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) sempre que identificados, seguindo o mesmo ciclo dos demais riscos ocupacionais: identificar, avaliar, controlar e monitorar.

Principais pontos afirmados pelo Guia da NR-01

O Guia de Riscos Psicossociais na NR-1, publicado pelo MTE, apresenta orientações oficiais que devem ser observadas pelas empresas:

1. A avaliação dos riscos psicossociais não exige um procedimento novo: deve ser feita com a mesma metodologia usada nos outros riscos ocupacionais.
    

2. Nem toda empresa possui riscos psicossociais relacionados ao trabalho. Se não houver fatores identificados, não é necessário incluir no PGR.
    

3. Problemas pessoais da vida do trabalhador não devem ser considerados na avaliação, pois não fazem parte do escopo ocupacional.
    

4. A avaliação ergonômica de riscos psicossociais não serve para analisar a saúde mental individual de cada trabalhador, mas sim para identificar condições do trabalho que possam causar adoecimento.
    

5. A NR-01 não define um profissional específico para realizar a identificação; o requisito é que o responsável possua qualificação compatível para conduzir a análise.
    

Esses pontos reforçam que o foco da norma é a prevenção organizacional e não diagnósticos clínicos individuais.

Como avaliar riscos psicossociais no PGR: passo a passo

1. Identificação de perigos psicossociais

Exemplos práticos de fatores a observar:

• Organização do trabalho: prazos incompatíveis, excesso de demandas, baixa autonomia, escalas imprevisíveis.
   

1. Relações e liderança: falhas de comunicação, assédio moral, bullying, injustiça organizacional, falta de reconhecimento.
    
2. Ambiente e recursos: ruído que atrapalha a comunicação, sistemas instáveis, espaço físico insuficiente.
    
3. Contexto externo ao ambiente interno: trabalho remoto isolado, contato com público agressivo, hiperconectividade fora do horário de expediente.
    

2. Avaliação de riscos

1. Use critérios objetivos de probabilidade e severidade, conforme os parâmetros estabelecidos na NR-1 e recomendações da Fundacentro.
    
2. Utilize os critérios de avaliação de risco do Sistema ESO, caso ajude em sua primeira avaliação. Confira algumas tabelas e a matriz de risco:
    
3. Utilize fontes de evidência como entrevistas, pesquisas de clima, indicadores de absenteísmo e incidentes. Isso auxilia no controle dos fatores psicossociais no ambiente de trabalho. Mantenha as avaliações sempre atualizadas.
    

3. Definição de medidas de controle

Priorize ações organizacionais, tais como:

1. Adequação de metas e recursos.
    
2. Estruturação de pausas e escalas previsíveis.
    
3. Fortalecimento da liderança com treinamentos e canais de escuta.
    
4. Correção de falhas no ambiente físico e nos fluxos de trabalho.
    

4. Monitoramento contínuo

1. Acompanhe indicadores como absenteísmo, rotatividade, denúncias de assédio, incidentes e satisfação no clima organizacional.

2. Utilize a lógica do PDCA (Planejar, Executar, Verificar, Agir) para revisar periodicamente o inventário de riscos e o plano de ação.

Exemplo de registro de risco psicossocial no PGR

1. Perigo identificado: metas sem recursos adequados.
    
2. Possíveis danos: estresse, ansiedade, distúrbios do sono, queda de desempenho.
    
3. Avaliação: risco médio (probabilidade alta × severidade média).
    
4. Controles recomendados: ajustes de processos, treinamentos de liderança, criação de canal de apoio e escuta.
    
5. Plano de ação: metodologia 5W2H com prazos, responsáveis e recursos definidos.
    
6. Monitoramento: revisão trimestral dos indicadores de absenteísmo e satisfação.

Erros comuns na avaliação de riscos psicossociais

1. Incluir riscos psicossociais de forma genérica e sem evidências.
    
2. Confundir a avaliação de risco com diagnóstico clínico de saúde mental.
    
3. Designar a tarefa a profissionais sem qualificação adequada.
    
4. Criar inventários vagos, sem detalhar as atividades reais da empresa.

Checklist prático de riscos psicossociais para aplicar no PGR

1. Listar cargos e áreas críticas da empresa.
    

2. Conduzir entrevistas rápidas ou DDS temáticos sobre riscos psicossociais.
    

3. Aplicar matriz probabilidade × severidade.
    

4. Definir controles organizacionais (comunicação, pausas, metas claras).
    

5. Montar plano 5W2H com prazos e responsáveis.
    

6. Acompanhar indicadores objetivos e revisar o PGR mensalmente.

Conclusão

A avaliação de riscos psicossociais na NR-1 deve ser realizada com base em evidências do trabalho, sem confundir com aspectos pessoais dos empregados. O Guia do MTE deixa claro que o foco é na prevenção e organização do trabalho, integrando esse tema ao PGR como qualquer outro risco ocupacional.

Empresas que aplicam metodologias consistentes e atualizam periodicamente seus planos reduzem a exposição a estresse, assédio, absenteísmo e problemas de produtividade, garantindo conformidade legal e qualidade de vida no trabalho.

Confira aqui o Guia do MTE.

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Este conteúdo foi detalhado em nossa live no canal do YouTube. Toda quarta-feira às 15h (BRT) discutimos temas essenciais de SST e Medicina do Trabalho.

Assista à live completa aqui: Orientações Obrigatórias Sobre Riscos Psicossociais no Trabalho para 2026.

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