Veja neste artigo a importância do líder para a saúde e segurança no trabalho dentro de uma empresa. O papel do líder em SST vai muito além do que imaginamos.
Quando nos referimos ao líder nesse artigo, estamos falando dos líderes formais (nomeados pela organização) e informais (líderes que surgem naturalmente, sem serem nomeados pela organização).
Líder é o que lidera e influencia pessoas, gestor é o que gerencia coisas ou processos. Um líder pode também ser um gestor, mas um gestor nem sempre será um líder!
Um líder para a segurança está preocupado com a produtividade, mas não apenas isso, ele se preocupa também com as pessoas.
Quando o líder se preocupa e dá atenção as pessoas, deixando claro o que espera delas, e recebendo abertamente os feedbacks por parte dos trabalhadores, a confiança na relação aumenta e o medo diminui.
Quando o trabalhador sente o líder presente normalmente isso aumenta a produtividade, ao mesmo tempo que reduz a chance de acidentes e de trabalho. O trabalhador trabalha mais motivado e engajado, quando o líder os inspira adequadamente.
Ninguém nasce sabendo. Alguns têm mais facilidade do que outros, em certas tarefas, devido à vivência e experiência e até mesmo à aptidão natural. Porém, uma aptidão natural pode se tornar algo negativo, em alguns casos.
Uma pessoa com capacidade natural para a liderança, se não polir o seu talento, se tornará rígida com o tempo, devido à falta de novos conhecimentos. Dessa forma, quem se esforça, independentemente de ter aptidão natural ou não, estará sempre à frente.
Abaixo listaremos algumas características de um bom líder:
- Influência: um bom líder influencia as pessoas ao seu redor. E faz isso com base em relações de confiança e não com base no medo e punições.
- Iniciativa em tomar decisões: o líder sabe que é humano, sabe que em algum momento ele errará, mas nem por isso ele se acorda e diz como na canção do Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar, vida leva eu”. O líder toma a vida nas mãos e assume riscos! Afinal, quem não assume riscos normalmente não chega ao próximo nível.
- Capacidade de comunicação: todo o bom líder sabe se comunicar, até porque, se não souber, como influenciará outras pessoas?
O que mais mata os relacionamentos são as expectativas não ditas. Quando não há comunicação as partes desempenham seu trabalho às cegas! O trabalhador não sabe direito o que o líder deseja dele, e o líder não sabe bem o que o trabalhador está entregando. E nesse mar de incerteza podem surgir desconfiança, desorientação e desmotivação.
- Reconhecer e influenciar os bons desempenhos: quando falamos de reconhecimento não estamos falando necessariamente de dar dinheiro ou brindes, eles podem até serem utilizados em determinado momento, mas não são o principal.
Reconhecer os bons desempenhos ajudam a deixar as expectativas claras, e influenciam para que os bons comportamentos sejam fortalecidos e se transformem em hábitos.
Vale lembrar o que diz o autor Aubrey C. Daniels no livro Bringing Out the Best in People (Trazendo o Melhor das Pessoas), o elogio tem 4 vezes mais força como reforçador de bons comportamentos do que a punição.
- Disponibilidade: todo o bom líder está sempre disponível para as pessoas. Ele não se esconde atrás do seu cargo ou da sua autoridade, mas como sabe que seu trunfo maior são as pessoas de sua equipe e não as “coisas” dedica tempo a elas.
- Diz não quando necessário: ninguém pode dar as pessoas tudo o que elas querem! O líder sabe disso e diz não com certa frequência, afinal suas relações estão firmadas na confiança e não na barganha. O não ajuda os liderados a desenvolver maturidade e serem até mesmo pessoas melhores.
Existem diversos meios para se tornar um líder hoje. A internet é vasta, os conteúdos são inúmeros, a informação é infinita. Talvez a melhor fonte de conhecimento para os líderes esteja em livros e cursos. É claro que é importante filtrar as informações relevantes do que são irrelevantes. Para isso, é preciso ter senso crítico, para avaliar quais informações são válidas e úteis.
Veja abaixo algumas dicas.
Este é um pensamento valioso. Aquele que quer aprender sobre liderança, precisa seguir os passos de algum líder para que um dia chegue a seu patamar. Para isso é necessário admiração, respeito e dedicação.
Já conhece um líder em segurança na área de SST? É muito provável que ele tenha um material ou curso onde trabalha o desenvolvimento de lideranças.
O Nestor W. Neto, por exemplo, é um renomado consultor de SST que ensina a liderança através de cursos, com o objetivo de desenvolver a capacidade de influenciar o líder nas questões de segurança, aprimorando o seu papel com a segurança dentro de uma organização. Pode valer a pena conhecer os programas dele, o Programa de Segurança Comportamental, o Programa CIPA Extraordinária, dentre outros cursos. Além disso, possui centenas de artigos e materiais gratuitos em seu blog Segurança do Trabalho NWN, e todo esse conteúdo pode auxiliar a atuação dos gestores frente às questões segurança dentro das empresas.
- Monte um cronograma de DDS: Nada melhor do que organizar suas ideias em um papel, nem que seja semanalmente.
Exemplo:
” Esta semana falaremos sobre trabalho em altura:
- Dia 1 - EPIs
- Dia 2 - Ponto de ancoragem
... “
Montar uma agenda, nem que seja simples, ajuda muito na organização das ideias e na constância do DDS. Não se esqueça que o líder precisa ter constância para que se transmita a confiança em suas palavras.
- Participe da SIPAT o máximo possível: o líder inspirador em segurança é aquele que está presente para as ações de segurança. O mais vemos nas empresas é o líder estar apenas na abertura e encerramento da SIPAT, mas estar ausente durante as palestras. Isso envia ao trabalhador uma mensagem clara de que para o líder a SIPAT não é importante.
- Distribua materiais informativos para sua equipe: quando possível, leve materiais para distribuir, como cartilhas informativas, cartões e etc. O trabalhador acaba levando para casa, mostrando para a família. Atitudes desse tipo favorecem a cultura de segurança e aumentam a presença do líder, pois o material é como um presente dado pelo líder ao colaborador.
- Seja aquilo que diz: o líder deve dar o exemplo. Não adianta fazer DDS falando sobre a importância do EPI, se você mesmo não os utiliza. As pessoas percebem as falhas das outras, ainda mais em alguém numa posição de liderança.
- Participe de reuniões de segurança: uma das maiores reclamações dos profissionais de segurança é falta de apoio dos líderes às questões de segurança. Estar nas reuniões ajudará o líder a entender os desafios do setor de segurança, mostrar que não estão sozinhos e eventualmente, o líder poderá apoiar o setor em suas eventuais necessidades, claro, respeitando a suas próprias limitações.
- Participe da CIPA: a CIPA é o lugar de pessoas dispostas a fazer a diferença nas questões de segurança e saúde no trabalho. Por exemplo, a empresa Fini, que tem o gerente como presidente da CIPA, melhorou a sua CIPA e diminuiu os acidentes de trabalho em 70%, porque não fazer algo parecido?
Espero que tenha ficado claro o papel do líder para o setor de segurança do trabalho.
Levando em conta as dicas que trouxemos aqui, pare e pense, o que disso eu posso implementar na minha empresa?
Claro que toda mudança encontra resistência, leva tempo e por isso precisa de certa dose de persistência, mas ninguém disse que seria fácil e indolor, não é? Aliás, quem procura facilidade e rapidez, dificilmente será um bom líder.
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